Por isso não estudava. Não fincava os olhos em Aristóteles como devia. Quem mandou inventar a lógica com tantos termos, não podia ter nos deixado perdidos nas falácias do dia-a-dia? À mercê dos sofismas, da maldade, da manipulação alheia?
Ela bem que tentara. Evitara sair, cancelara o cinema, deixara os livros - uma pilha crescente de livros interessantes, ansiosos por serem lidos - para se concentrar na aridez da lógica.
Quando o que lhe pulsava por dentro era um oceano, onde correntezas se misturavam, onde profundezas abissais e suas águas gélidas e escuras, seus seres estranhos e luminosos se avolumavam.
E sua mente tentava represar seus instintos com lógica. Com uma fôrma, um molde para o raciocínio, para a clareza do pensamento, para uma comunicação válida e verdadeira entre os homens.
Quando o que lhe habitava o mundo era a incoerência, a mutabilidade das coisas, a inconstância de nós mesmos. Como haver verdade? Como ser possível a comunicação entre os seres?
O tempo passava e os livros à sua frente, nada diziam e nada se fixava em seu conhecimento. Era uma resistência mais que inconsciente àquela filosofia da ordem.
Vontade de implodir o passado e apagar da história da humanidade todo o pensamento aristotélico com sua mania de definições e lugares. Onde estava escrito que as coisas, os seres, as substâncias tinham seu lugar certo no universo se nem mesmo se respeita o lugar marcado nos teatros?
Por que tudo não podia ser poético como Platão? Esse sim tão romântico e idealista que lhe lembrava Castro Alves, Gonçalves Dias... talvez pela paixão com que afirmavam os mundos e nada temessem!
Totalmente diferente da mornidão dos silogismos.
Quando o que lhe pulsava por dentro era um oceano, onde correntezas se misturavam, onde profundezas abissais e suas águas gélidas e escuras, seus seres estranhos e luminosos se avolumavam.
E sua mente tentava represar seus instintos com lógica. Com uma fôrma, um molde para o raciocínio, para a clareza do pensamento, para uma comunicação válida e verdadeira entre os homens.
Quando o que lhe habitava o mundo era a incoerência, a mutabilidade das coisas, a inconstância de nós mesmos. Como haver verdade? Como ser possível a comunicação entre os seres?
O tempo passava e os livros à sua frente, nada diziam e nada se fixava em seu conhecimento. Era uma resistência mais que inconsciente àquela filosofia da ordem.
Vontade de implodir o passado e apagar da história da humanidade todo o pensamento aristotélico com sua mania de definições e lugares. Onde estava escrito que as coisas, os seres, as substâncias tinham seu lugar certo no universo se nem mesmo se respeita o lugar marcado nos teatros?
Por que tudo não podia ser poético como Platão? Esse sim tão romântico e idealista que lhe lembrava Castro Alves, Gonçalves Dias... talvez pela paixão com que afirmavam os mundos e nada temessem!
Totalmente diferente da mornidão dos silogismos.
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