sexta-feira, 11 de setembro de 2009

OUI SERÁ O MEU SIM

Penso em aprender outra língua e logo me ponho a imaginar as filosofias de linguagem que se questionam sobre significados, nomes, conceituações.
Há quem pense na velocidade do tempo, na fluidez das coisas, na impossibilidade mesma de se identificar um nome a algo uma vez que tudo muda tão rapidamente que não haveria sentido tentar reter a essência de algo em uma nova palavra. Lembramos sempre do dito de Heráclito, que não é possível se banhar duas vezes no mesmo rio. As águas se renovam e nós também.
E assim me questiono sobre o futuro. Como verei o mundo e as coisas tendo outra língua sendo gerada por dentro? Sendo injetada, correndo pelos mares revoltos de nossos neurônios e suas ligações? Verei o mundo da mesma forma ou outros caminhos de percepção se abrirão? Não me lembro quando aprendi inglês, não posso sequer reconhecer o que me aguarda... era jovem e, junto à linguagem que se fixava em mim, me formava como ser pensante que, tão ocupada em contínuamente me transformar, não me dava conta do que em mim se agregava.
Semana que vem novas portas se mostrarão à frente e, de repente, ao fundo de mim. Será interessante ver agora, mais consciente do próprio pensamento que me faz quem sou, como o mundo se tornará. Tendo várias culturas, palavras e sotaques para definir as mesmas coisas.
Serei a mesma a escrever neste UM OUTRO MAR ou UM OUTRO EU tomará o meu lugar?



Nenhum comentário:

Postar um comentário