Todos que conheço lembram com saudade da época da infância. Ah... eu subia em árvores, soltava pipa, fazia as roupas das bonecas, andava sempre em bando... ouço, calada, torcendo para que não me perguntem o que penso e lembro.
Pois não gosto dessa época. É um período de vida que, se possível, não repetiria. A-DO-RO ser adulta e, claro, me considero alienígena, pois não há justificativas.
Não tive uma infância infeliz, de necessidades e privações, pelo contrário. Sei que brinquei, corri, joguei, tive Falcons, Suzis, um monte de playmobil. Passei férias em Paquetá, Cabo Frio, Caxambu, BH... tudo normal e perfeito. Por que então?
Acredito que seja, exclusivamente, porque não lembro de quase nada. Não lembro das sensações, do gosto das travessuras, das correrias nos recreios, da boa vida que temos quando a única preocupação é tirar boas notas.
Falam que normalmente esquecemos as coisas ruins e só lembramos das boas - verdadeiro perigo para relacionamentos falidos - pois nem as boas lembranças escapam de minha amnésia. Até os momentos inesquecíveis, acabei esquecendo.
Talvez por isso não goste de me imaginar criança. Como não se gosta de matemática ou física pelo único motivo de não entender. Temos o hábito de só gostar do que damos conta, do que dominamos. O que nos foge ao controle nunca é tão bom assim.
Talvez por isso mesmo a maioria idolatre a infância, época sacralizada de inocência e perfeição, tempo concreto que guarda nos ínfimos detalhes e em tantas lembranças reais e imaginárias que trazem estabilidade e certezas à vida. Mortos nunca têm defeito.
À mim, mulher sem passado, resta o presente contínuo em sua formação diária, com suas escolhas e opções, com as consequências de nossos atos e vontades, autores que somos de nossa identidade. Isso me basta.
O tempo passou e a menina que fui ficou para trás há muito.
Menina de quem não lembro e, por isso, mal conheço ou simpatizo.
Mas que sei que ri e faz careta quando não tem ninguém olhando.
Pois não gosto dessa época. É um período de vida que, se possível, não repetiria. A-DO-RO ser adulta e, claro, me considero alienígena, pois não há justificativas.
Não tive uma infância infeliz, de necessidades e privações, pelo contrário. Sei que brinquei, corri, joguei, tive Falcons, Suzis, um monte de playmobil. Passei férias em Paquetá, Cabo Frio, Caxambu, BH... tudo normal e perfeito. Por que então?
Acredito que seja, exclusivamente, porque não lembro de quase nada. Não lembro das sensações, do gosto das travessuras, das correrias nos recreios, da boa vida que temos quando a única preocupação é tirar boas notas.
Falam que normalmente esquecemos as coisas ruins e só lembramos das boas - verdadeiro perigo para relacionamentos falidos - pois nem as boas lembranças escapam de minha amnésia. Até os momentos inesquecíveis, acabei esquecendo.
Talvez por isso não goste de me imaginar criança. Como não se gosta de matemática ou física pelo único motivo de não entender. Temos o hábito de só gostar do que damos conta, do que dominamos. O que nos foge ao controle nunca é tão bom assim.
Talvez por isso mesmo a maioria idolatre a infância, época sacralizada de inocência e perfeição, tempo concreto que guarda nos ínfimos detalhes e em tantas lembranças reais e imaginárias que trazem estabilidade e certezas à vida. Mortos nunca têm defeito.
À mim, mulher sem passado, resta o presente contínuo em sua formação diária, com suas escolhas e opções, com as consequências de nossos atos e vontades, autores que somos de nossa identidade. Isso me basta.
O tempo passou e a menina que fui ficou para trás há muito.
Menina de quem não lembro e, por isso, mal conheço ou simpatizo.
Mas que sei que ri e faz careta quando não tem ninguém olhando.
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