domingo, 11 de outubro de 2009

SONO.. MUITO SONO

Ter sono quando se tem tempo para si. Cruel.
Dormir quando se pode, no silêncio, ser. Da maneira própria que se é : ocupando um espaço, a voz dentro do corpo, a pele morna.
Mas o sono dá as ordens e fraqueja a vontade de simplesmente e apenas ser.
Fraca, deito na cama e me cubro com lençol azul.
Frio lá fora. Nuvens se fecham e a tarde passa no vento gelado que atravessa a sala.
Quem dera ter raiva, cólera ou qualquer outra dessas ânsias, dessas primitividades, para me manter alerta.
Mas não há inimigos ao redor. Nenhuma ameaça que me mantenha, força contida, apta à vigília e intensa na vontade da luta.
Os olhos ardem e reclamam escuridão.
Apago o abajur.
Agora sou eu e meus cães. Que sonolentos também deixam a casa à mercê do domingo.
Amanhã recomeço.



p.s. Esse texto foi escrito semana passada, o fim de semana nublado, domingo à tarde... tanta coisa para ler, estudar, fazer... e um sono insuportável.

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