terça-feira, 9 de março de 2010

Pensando...

No ato de conhecer se vislumbra a chave da compreensão.
Principalmente se o conhecimento é AUTO-CONHECIMENTO. Quando o que não entendemos do mundo se reflete nos vácuos, nos vazios, nas interrogações que trazemos conosco. Que podem ter sido geradas em nosso primeiro olhar o mundo, ao longo dos anos de infância, quando não temos voz ativa e o jeito é aceitar as coisas passivamente...senão, como crescer para questioná-las? Há que se ter um chão firme nesses primeiros anos de vida para fortalecer as pernas correndo e andando longas distâncias para que, quando a derradeira hora da dúvida chegar, se manter em posição digna. Em espanto e, muitas vezes, pânico... mas um pânico digno e coerente de ser humano.
Porque o que não entendemos muitas vezes não está no mundo, no abstrato, na metafísica, nas questões filosóficas da Humanidade. Está mais perto e mais dentro, em nosso sentir a realidade, em nosso viver em um corpo, em nosso estranhamento na distância e na corporeidade do outro - a tão temida alteridade.
Porque o mistério do mundo é o que meu entendimento não conseguiu captar.
Porque o sentido que não encontro é porque muitas vezes nem sei o que procuro, tão pouco me conheço.
O que me amedronta e apavora quase sempre mora comigo, sob a mesma pele, sob o mesmo abrigo. Porque então vivo em conflito?
Tanto o mundo chama com ruidosas meretrizes de sexo, bens, famas, gulas,distrações fúteis... poderes que para que me ausente de mim. para que meus olhos não perguntem mais nem busquem pistas a fim de lutar por se conhecer. Há Big Brothers no ar, novelas, livros que não ajudam ninguém pois não perguntam, não incomodam, não tiram da inércia o poder humano de entendimento. Mas pede-se aceitação. O mundo se unifica em um chamado para fora a cada dia mais alto, mais forte, mais espaçoso e mais cruel. E lá se criam 365 dias de puro carnaval.
E lá se perde o homem quando tão perto de seu próprio mistério.

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