sexta-feira, 12 de março de 2010

Há muito o que se entender

Há muito o que se entender entre as pessoas.
E não falo das pessoas em si, esse objeto filosófico. Mas as pessoas entre sim, que se dão forçosamente por uma generosidade de sentimento. Ou uma necessidade agônica de pertencer e ser pertencido, como se nascer e morrer sozinho fosse o máximo suportável.
O entre é onde o mistério vive.
No espaço entre os olhares, entre as palavras, entre o tatear dos dedos e o desejo por mais.
Onde meu ser-pessoa anseia por seu próprio nome, dito por sua boca apenas.
De mim nada saberei se em seu gosto não houver sabor.
Há que se entender o entre.
Entre os braços, entre as pernas, entre os lábios, entre as portas que teimam em fechar.
Porque meu fim está no seu sentir e o caminho, em perceber que não precisamos sequer nascer e morrer sozinhos.
Mas há que se desvendar o entre antes.

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