domingo, 7 de março de 2010

O azul do fim

Ontem vi o azul do fim.
Ou do que não tem fim e, por isso, se esconde.
O céu, o mar e mesmo o amor com seus infinitos e impossibilidades são azuis.
De um azul fino e denso ao mesmo tempo, matéria e etérea aparição, roupagem e nudez no que não se deixa definir.
O azul que enxergamos nunca será o mesmo do mar, do céu ou do amor.
Porque uma cor só é cor para quem vê e a reduz à mera sensação.
E sabemos ser mais que olhos, mãos, sabores e sentidos.
Por isso talvez tenhamos vislumbres do que as coisas são: experiências únicas vividas em total solidão.
O azul do fim não se transmite.
Como o mar, o céu e o amor.
Se vive.

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